ARTE PARA UMA CIDADE SENSÍVEL

CURADORIA
BRÍGIDA CAMPBELL

PRODUÇÃO
BRUNO VILELA


Locais:

MUSEU MINEIRO, BELO HORIZONTE, 2017
CENTRO CULTURAL DO TCU, BRASÍLIA, 2019


CENTRO CULTURAL DO TCU, BRASÍLIA, 2019



MUSEU MINEIRO, BELO HORIZONTE, 2017



As cidades são, por natureza, lugares que estão em constante movimento. No Brasil temos acompanhado, especialmente nos últimos anos, transformações de várias ordens: gentrificação, especulação imobiliária, grandes investimentos, desrespeito ao patrimônio histórico e simbólico. Ações que muitas vezes distorcem o caráter público do espaço urbano, transformando-o em mero local de exploração financeira e impedindo a construção de locais de encontro, convivência coletiva e pública. Paralelo a isso, observamos uma retomada dos espaços públicos como lugar de convívio, de política, de realização pública e coletiva de projetos. Essa retomada, em grande medida, é também uma resposta aos processos políticos envolvendo a esfera pública no Brasil e no mundo.

Neste contexto, uma série de projetos artísticos vêm sendo realizados no espaço público/urbano, sob os mais diversos nomes, como “intervenção urbana”, “arte participativa”, “colaborativa”, “relacional”, “contextual”. Esses trabalhos existem dentro de uma perspectiva que envolve um ideal de dissolução da arte nas esferas públicas e o redesenho político das práticas artísticas. Fazem a arte circular por outros espaços, que não apenas os espaços institucionais tradicionalmente dedicados a ela, criando assim o surgimento de uma prática cultural na qual os processos de trabalho são visivelmente contaminados por outros campos do conhecimento.



São obras que ativam o potencial transformador da arte, na medida em que buscam explorar a cidade como campo de atuação em contato direto com contextos específicos. Sugerem, assim, por meio de um processo de ressignificação dos espaços, a presença de outros fluxos contidos no interior do ambiente urbano. São ações que procuram atuar em uma linha limite entre o estar e o não estar na condição de arte; realizadas de forma que as pessoas não saibam, muitas vezes, que as intervenções ali apresentadas derivam de uma prática artística.

O objetivo desta exposição é refletir sobre como essas práticas artísticas se relacionam com as cidades e seus imaginários urbanos, além de analisar os desdobramentos dessas obras no campo simbólico no qual elas estão inseridas. A reunião deste conjunto de obras busca ainda estabelecer uma conexão entre as diferentes percepções acerca do espaço urbano. A proposta é oferecer referências para novos processos de pesquisa artística, ampliando a compreensão sobre o papel da arte no imaginário da cidade e na formação da sensibilidade urbana.

Artistas e coletivos na exposição

Thislandyourland, Pierre Fonseca, Piseagrama, Trinca SP, Poro, Opavivará, Louise Ganz, Gia, Grupo Fora, Grupo Empreza, Ronald Duarte, Paulo Nazareth, Filé de Peixe, Vj Suave, Acidum, Jonathas de Andrade, Comum, Frente Três de Fevereiro, Tupinambá Lambido, Residência Móvel e Berna Reale,