Biophilia - love for living things, 2022


work in process

Biophilia means love for life or for living things and concerns our natural connection with natural forms and explains the necessary union of human beings with nature, in an ancestral and evolutionary way. This connection is built in many ways, through science and also through the sacred.

This series of digital collages were created from illustrations and scientific images from different eras. The images originally seek to inform, explain, instruct and communicate about botanical and animal species. Here the images are digitally stacked creating textures, colors and compositions produced by digital tools that make the different layers connect.

Format: 100x70 cm, digital printing




trabalho em processo

Biofilia significa amor pela vida ou pelas coisas vivas e diz respeito a nossa conexão natural com as formas naturais e explica a necessária união do ser humano com a natureza, de uma forma ancestral e evolutiva. Essa conexão se constrói de muitas formas, através da ciência e também do sagrado.

Esta série de colagens digitais foram criadas partir de ilustrações e imagens científicas de diversas épocas. As imagens buscam originalmente informar, explanar, instruir e comunicar a respeito de espécies botânicas e animais. Aqui as imagens são empilhadas digitalmente criando texturas, cores e composições produzidas por ferramentas digitais que fazem as diversas camadas se conectarem.

Formato 100x70 cm impressão digital






















Um animal que inventa a si próprio

RV Cultura e Arte
Salvador
11.08 a 11.09.2021

A exposição “Um animal que inventa a si próprio” traz uma série de pinturas e desenhos desenvolvidos no último ano. As pinturas são feitas com tinta acrílica, spray, caneta posca e bastão de tinta a óleo. As imagens são construídas através de muitas camadas finas de tinta que vão se desdobrando em um ambiente pictórico de onde emergem desenhos, gestos, rabiscos e imagens. Aqui elementos naturais como animais e plantas se misturam com outras figurações através de uma sobreposição que remete às paredes e muros das cidades, com suas diversas intervenções e camadas. Há também a presença de pássaros, cães e lobos que figuram uma natureza mista, aberta ao olhar e às diferentes interpretações simbólicas.


Na série de desenhos “Lençol Freático” utilizei carbono, grafite, spray e colagem sobre papel. As imagens trazem elementos que remetem ao ciclo da água, às sensações e à passagem do tempo. As imagens querem romper um grid regular presente na composição, na qual podemos ver figuras humanas, árvores, elementos naturais e outros gestos e texturas. Nas imagens há muito branco e muito silêncio. Quis construir uma composição que abrisse espaço para diversas narrativas possíveis a partir dos desenhos. Chamando a atenção para tudo que está por baixo, nos pensamentos inconscientes, nas sensações, nos sonhos… assim como água que passa nos lençóis freáticos por debaixo da terra.


Minha pesquisa artística até então, tem se voltado para a criação de momentos poéticos na cidade, através de obras efêmeras e gráficas que convidam as pessoas a se envolver com o espaço público e re-poetizar o cotidiano. Além de fazer parte de um coletivo e estudar o tema como pesquisadora, me dediquei a compreender as dinâmicas de efemeridade de obras/acontecimentos que acontecem no espaço público gerando


encantamento, envolvimento e afeto. Nesta exposição busco apresentar um novo momento no meu processo criativo, no qual estou experimentando a criação de imagens através de um mergulho no processo de pintura e desenho. Este processo, novo para mim, demanda muita concentração e dedicação, pois há uma conversa muito profunda com as imagens, texturas e materiais que criam ambientes gráficos e pictóricos através de um diálogo denso entre o artista e a obra.

Estes trabalhos foram desenvolvidos entre 2020 e 2021 e coincidem com o isolamento social imposto pela pandemia. Neste momento histórico, todos nós fomos convocados a se reinventar, reimaginar e se reconectar com outras maneiras de viver e se realizar. Assim, nossa imaginação foi colocada à prova no sentido de uma criação de novas maneiras de se situar no mundo que nos apresentou a impermanência das coisas vivas e as mutações no nosso habitat.


O título da exposição foi pensado para falar sobre a capacidade de criação de nós mesmos. O ser humano como único animal a inventar a si próprio abre canais para se pensar e recriar as diferentes possibilidades de percepção e criação das coisas no mundo, já que somos uma invenção de nós mesmos e contribuímos para que o mundo se mantenha e se renove. Viver é inventar-se, inventar nossa vida, nossa função no mundo, nossa presença. Através da arte acessamos nosso mundo simbólico, imaterial, poético e filosófico. Eu espero que meu trabalho possa criar momentos de contemplação, fruição e criação através de um campo aberto de sentidos que possam conduzir e criar muitas imagens interiores que nos inspire a se reinventar assim como estou tentando fazer agora.

Brígida Campbell





Acrylic, spray and pen on canvas. 120x160 cm



Acrylic, spray and pen on canvas. 120x160 cm




Acrylic, spray and pen on canvas. 120x160 cm



Acrylic, spray and pen on canvas. 120x160 cm





An animal that invents itself Acrylic, spray and oil stick on canvas. 140x160 cm


A body that eats, that heats Acrylic and spray on canvas. 120x140 cm


Put me in the box of inexplicable things and you will know who I am Acrylic, spray and oil stick on canvas. 120x140 cm


Strange Beauty Acrylic and spray on canvas. 120x140 cm




At night the skin sprouts
Acrylic, spray and oil stick on canvas. 120x140 cm



um animal que inventa a si próprio

Maria Angélica Melendi

 

O animal tem memória, mas nenhuma recordação  1

Heymann Steinthal.



Na Biblioteca Ambrosiana de Milão, nos conta Giorgio Agamben[2], há uma Bíblia Hebraica do século XIII ilustrada com belas miniaturas. Na última página, representa-se o banquete messiânico, onde os justos se deliciam com a carne dos animais escatológicos. Mas, para nossa surpresa, o miniaturista medieval representa todos os homens com cabeça de animal. O filósofo postula que no reino messiânico a natureza animal seria transfigurada, de acordo com a profecia de Isaias[3]:

Morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito, e o bezerro e o leão viverão juntos, e um menino os guiará.[4]

Provavelmente, o artista desconhecido que iluminou o Antigo Testamento da Ambrosiana pensava que as relações entre os animais e os homens teriam, no final dos tempos, uma nova forma. O homem, então, haveria de se reconciliar com sua natureza animal.

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Vi, pela primeira vez, as pinturas de Brígida Campbell no Instagram. Foram demasiados meses de solidão e raiva durante o isolamento imposto pela pandemia. Mas um dia, apareceram na tela imagens que traziam uma promessa de felicidade. Magentas intensos, rosas audazes, laranjas vibrantes, cálidos amarelos, turquesas brilhantes, dourados... Neste inverno de desassossego brotara a possibilidade de um verão quase esquecido. Evoquei Matisse, doente, trancado por ordens do comando alemão, na sua casa em Nice, fazendo os seus magníficos guaches recortados. Não porque houvesse alguma proximidade entre um trabalho e outro mas pela aposta na restauração do mundo e da vida.

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A exposição leva por título "um animal que inventa a si próprio". A enigmática frase encaminha para uma reflexão sobre a animalidade que há em nós, sempre esquivada ou oculta. Na linguagem popular, e ainda na política, existe uma tendência a diminuir o humano a partir da animalização: o homem-macaco, o menino selvagem, o homem fera. Na modernidade, o judeu, o escravo, o negro, o índio, o bárbaro, o migrante, o estrangeiro aparecem como figuras animalescas com formas humanas[5], o não-homem é desqualificado através da humanização do animal.

Mas, como um animal pode-se inventar a si mesmo? Quando deixa de ser metáfora do humano ou de virtudes ou defeitos humanos? Quando deixa de ser uma fera? Quando é um animal em si mesmo e não um substituto do humano, porém mais dócil, menor, menos demandante, muito menos necessitado?

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Nestas pinturas, nestes desenhos, os animais – pássaros, sem dúvida, mas também cachorros ou lobos, aparecem, silenciosos, brancos, quase transparentes, feitos de traços delicados, de aguadas translúcidas. Flutuam num espaço que é, ao mesmo tempo, sólido como um muro e impalpável como um céu.


Um espaço celestial, rabiscado por signos, plantas delicadas, manchas, estrelas,  borrões, figuras geométricas, um céu que tem as cores que aparecem naquele limiar que sucede ao crepúsculo ou que antecede às primeira horas do dia, o céu do princípio ou do fim da luz, onde os amarelos se transformam em alaranjados ou os rosas em morados.

Um muro igualmente tocado pelos primeiros ou os últimos raios do sol, onde Brígida – artista urbana desde o princípio – , grafita, grava, picha, rabisca, desenha, pinta. Um muro como palimpsesto que deixa ver uma duas três, múltiplas camadas de traços, superfícies, riscos, desenhos serigrafados, aguadas...

A pintura plana explora a infinita riqueza das superfícies, sem desejar profundidades falidas nem transcendências retóricas. Pura pintura como queria Clarice: tinta sobre a tela, o cheiro do material e o barulho áspero do pincel raspando o suporte. Um corpo recluso se entrega aos gestos largos sobre o suporte pictórico ou aos pequenos e precisos  sobre o papel.

Os desenhos, mais delicados, deixam ver figuras humanas diminutas, poucos animais, árvores e signos gráficos que se agrupam em um setor da folha deixando grandes espaços vazios. Comungam do mesmo espírito das pinturas, se abrem porém a dimensões mais extensas e mais íntimas.

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Por força do hábito busquei uma genealogia para as pinturas (os desenhos são mais próximos dos trabalhos de Brígida que conheço faz tempo), mas fora de suas referencias ao grafite e a pichação foi difícil encontrá-la. Viram a mim as delicadas aquarelas de Julius Bissier, as belas aguadas de Helen Frankenthaler, os riscos e rabiscos de Cy Twombly, mas são somente aproximações mais ou menos distantes que provem de uma memória de imagens não atualizada.

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Entre 2003 e 2004, os integrantes do Grupo Poro, entre eles, Brígida Campbell, realizaram uma intervenção urbana durante a qual colavam adesivos fluorescentes em locais sem cor. O título do trabalho era: ,Imagem… cor.

Nas cidades, onde as ruas, os passeios, os muros, os postes, as grades e até os carros eram de um cinza multiforme e monótono, os jovens artistas inseriam quadrados de papel colorido com a palavra COR. A paisagem urbana mudava com esses destelhos, nem que fosse até as próximas chuvas.

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A questão permanece. Quem é esse animal que se inventa a si próprio? A frase impregna de enigmas desenhos e pinturas. Voltamos a miniatura da Bíblia Hebraica, será que se acerca o fim dos tempos e que nos estamos reconciliando com nossa animalidade?

Desde 2020, a rua, tornou-se perigosa, intransitável, ( talvez já o era antes, mas estávamos sob outras as ameaças), nós mesmos nos tornamos perigosos transmissores de um vírus incurável. Nosso presente tem se tornado a pior das distopias. E então, Brígida  Campbell começa a pintar e suas telas nos arrastam para esse mundo quente e colorido, aconchegante e luminoso, por onde transitam signos, símbolos, e bestas translúcidas, um mundo que quase estávamos esquecendo.




1. STEINTHAL Heymann. Apud AGAMBEN, Giorgio. Lo abierto. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2002. p.87
2. AGAMBEN, 2002. p. 9 a 12.
3. Isaías 11:6-10 ARC
4.AGAMBEM, 2002. p.76.









︎︎︎Pensamentos Temporariamente Perdidos


︎︎︎Temporarily lost thoughts












De repente não nos lembramos do que íamos dizer. O pensamento estava totalmente claro alguns segundos atrás. Às vezes vamos apresentar uma pessoa e o seu nome nos escapa na hora de pronunciá-lo ou você cruza a casa para pegar um objeto e de repente esquece o que era. Você tateia o espaço tentando lembrar, refaz o caminho, mas o pensamento parece desaparecer. Diremos que não conseguimos lembrar, mas na realidade o pensamento se tornou inconsciente, ou separado do consciente momentaneamente (invisível). A coisa não deixou de existir, apenas não a visualizamos mais.

O pensamento é rápido e lento. Funciona por imagens e também por palavras e sensações. Ele se associa à memórias, lembranças, também as cria, entende coisas tempos depois, faz confusão, vive e se ramifica por associação, como um rizoma. Está ligado às sensações, ao corpo, às imagens, fotografias, objetos, paisagens e arquiteturas. Quando o pensamento está muito enrolado, como um novelo de linhas, a mente fica confusa, gera nervosismo, stress, burnout. Podemos trabalhar os pensamentos enrolados através da meditação e controle da respiração. Barrando e jogando para o lado os pensamentos que vem, energizando esse ir e vir. Colorindo com a mente blocos de pensamentos, energias. O objetivo da meditação é transformar a mente em um espaço branco totalmente vazio, iluminado, de maneira que cada pensamento que chegue ali tenha uma luz focada sobre ele. Podemos assim separar o que é importante do que não é. Entender as coisas com mais clareza, desatar alguns nós.

Estamos passando hoje por uma crise sem precedentes na história da humanidade. O corpo humano não consegue acompanhar as mudanças tecnológicas, ele adoece. A economia da atenção, monetiza nosso olhar, fisga o desejo, nossa experiência no mundo e brinca com os nossos sentimentos. O lucro de poucos está sempre acima de tudo. O mundo de hoje é um mundo no qual uma árvore cortada vale mais do que uma árvore viva.



Todo esse contexto nos deixa desesperados. Por isso, é necessário parar um pouco, respirar para continuar. Tentar organizar a mente e entender. Assim, a arte é mais importante do que nunca, pois é uma ferramenta de compreensão do mundo muito potente e pode abrir espaços de respiro diante de toda essa confusão.

Neste sentido o desenho tem sido uma maneira de criar momentos de criação livres pra mim. O desenho é uma maneira de aprender a ver e pensar. Nas aulas de desenho de observação na faculdade, passamos muitas horas observando e desenhando uma cena, que pode ser apenas uma xícara, um bule, algumas frutas. O mais importante ali não é saber representar o objeto como se fosse uma fotografia, o mais importante é o processo (algo subjugado em uma sociedade baseada em resultado). Algo mágico acontece ao observar uma coisa por um longo período e tentar traduzir através do traço aquela relação, entre sua mente, seu olhar e seu corpo. Com isso muitas vezes não se percebe, mas há o desenvolvimento interno de uma experiência sensível muito particular, que nos ajuda a ver o mundo, perceber e se conectar com o nosso interior. Esse exercício nos ajuda a criar forças organizar o pensamento e conectar corpo e mente.

Nesta exposição virtual criada a convite do 52º Festival de Inverno da UFMG, fiz uma seleção de desenhos que venho desenvolvendo ao longo da quarentena, que tem sido para mim pessoalmente um momento de recolhimento, recomeço e reavaliação. Os desenhos trazem paisagens internas e externas, representam os pensamentos confusos, a dor no peito, a falta de ar e outros sentimentos ainda em processamento. Apresenta também caminhos criativos, engraçados, beleza e simplicidade. Elementos necessários para a criação de práticas libertárias que criem pontes no lugar de muros, respeite nosso corpo e nosso espírito. Assim poderemos mais tarde reencontrar aqueles pensamentos temporariamente perdidos que organizados podem dar um novo rumo às coisas.





︎︎︎The Alive Playground




“The Alive Playground” foi uma intervenção sonora instalada em um playground abandonado em Pendleton, Salford, Inglaterra. Uma área que nos últimos anos que tem passado por diversas transformações urbanas, demolições, gentrificação e portanto possui uma grande quantidade de áreas residuais e abandonadas. O trabalho “The Alive Playground” consiste em um auto-falante que reproduz o som de crianças brincando (gravado na escola infantil do bairro), em alto volume, em um playground abandonado e cercado no bairro. A ideia do trabalho é ocupar o espaço vazio com a presença do som das crianças, criando estranhamento e chamando à atenção dos passantes para um vazio que existe naquele espaço e ao mesmo tempo para a sua potência como espaço de interação. Criado com a colaboração do IUD - Institute of Urban Dreaming e crianças da escola do bairro.



The Alive Playground was a sound installation in an abandoned playground in Pendleton, Salford, England. An area that in recent years has undergone various urban transformations, demolitions, gentrification and therefore has a lot of abandoned areas. The work “The Alive Playground” consists of a speaker that reproduces the sound of children playing (recorded at neighborhood children’s school) in high volume on an abandoned playground. The idea of the work is to occupy the empty space with the presence of the children’s sound, creating strangeness and drawing the attention of passers-by to the void that exists in that space and at the same time to its power of the space as space for interaction.








The Alive Playground 
by Jane Brake

The Alive Playground is a simple -both elegant and readable- intervention by Brígida  Campbell in a children’s playground in Pendleton, Salford. The work was created in collaboration with IUD, and local school children who played happily and noisily in their break time whilst Brigida made sound recordings.

IUD have been working with this playground for several years. The no-playground as we call it nestles in a small well in the beautiful but overlooked 1960’s pedestrianized landscape. It is located at the intersection between several pathways, which lead diagonally in one direction to Salford Shopping City and in the other to the former Clarendon Recreation Centre (currently nameless) and vertically on either side of the ground to public transport and main roads. To the south of the playground is the forlorn, pigeon infested 5 aside football court and the charred pillars of what remains of two basket ball courts. To the north and east are the footprints of 3 demolished tower blocks and on the western side 50 yards away is a row of houses and behind that a small section of currently inhabited housing estate, where a security camera masquerading unconvincingly as a street lamp has the playground in its scope.

When we photographed the playground in 2009 it was freshly painted and surfaced with designs rendered in brightly coloured rubber. If my memory is correct at this stage there were no blue painted railings, but they were there by the time we found the gates padlocked in 2013. Before too long, the park was welded permanently shut, the swings removed from their frames and other equipment rendered unusable or absent altogether. We returned periodically. In 2015 we photographed the site from above with a drone. From the air we could make out the floor designs a butterfly, a caterpillar and several spaceships, tainted with dirt and moss spores. In 2016 we passed the playground whilst on a walk with a group of secondary school children and their teachers. We asked each child to tie a message to the railings, which expressed their hopes for future play in Pendleton. All through 2014, 2015 the playground remained welded shut and it looks like it will see out 2016 like this too.

The no-playground has helped us to understand that thinking about childhood (whilst acknowledging it as a complex social construct) obliges us to read the development of a housing estate as temporally fraught, as a matter of conflict. It is a simple but potent idea that reveals the violent biopolitics of development. Here is the outline of a playground, colourful metal, familiar forms of swings and slides. But then we discover that the playground isn’t usable. A small child runs towards the familiar form. He holds one rusty railing in each hand, peering through them. 


He is wailing to his mother: “I want to go on the slide! I want to go on the slide!”. The playground is for the child, a thing he still wants desperately, but it isn’t available for the child. It is a trick, an overwhelming disappointment and a nuisance for the mother who has to negotiate this impossible attraction. She has to explain to the child that the playground isn’t for him, it is broken and dangerous.

Of course the altercation between child and developer never occurs in person. The time of the child is at odds with the time of the developer and these bodies occupy different time zones. The child is impatient for space, to breath air, to spin, slide, glide, to consume the elements and be consumed by them. The developer moves through abstract space such as the pale, featureless areas on plans where everything other than the prospect of future profit has been erased. The lengthy processes of ruination, cleansing and valorization determine the future of the playground, not the weekends, holidays, energies and growth spurts that make up the needs we attribute to the child. We consider what the playground means, what it communicates to the child about herself, what it says about her value. How does the developer and indeed the offices of local governance speak to her through the playground about who she is? How does she feel as the subject of what Gary Bratchford refers to as the “paradoxical optics of non-recognition and surveillance”.*

The Alive Playground was a simple action devised by Brígida  Campbell to transform the playground for one hour by replacing the sound of no-play with the sound of children playing. The idea came from not a single place but a nexus of perceived and perhaps concealed connections. Studying for her PhD in Barcelona, Brígida was occasionally distracted by the sounds of play beneath her window. In 2015 Brigida already created an installation in a children’s playground in her home town of Belo Horizonte, Brazil. In this work she wanted to speak critically about the changes in the universe of children’s dreams, and by replacing everyday images from childhood she hoped the work would allude to a dream world, which is increasingly permeated by consumer desires and fear. So for Brígida the idea of a playground as a site was already established when she walked around Pendleton with IUD for our Promising Home research. The Alive Playground transformed the space into a thing brimming full with sound, thereby making visible the lack of bodies, accentuating the loss experienced when play is not there. We would also like to hear the children’s voices as future echoes, reminding us that the faint, tainted, utopian residues of the public housing estate may still be invoked.

IUD December 2016

* from a forthcoming article based on a walk around Pendleton to be published by IUD in All Materials of Value, 12th January 2017.





Exercício para a Liberdade







Resultado do trabalho “Exercício para a Liberdade” criado em colaboração alviti, ana paula garcia, ananda martins, bernardo rb, binho barreto, bruno vilela, cafira zoé, carolina esselin, henrique marques, larissa alberti, luiza alcântara, matheus ferreira, nancy mora castro, nila nonato neves, randolpho lamonier, victor galvão e zi reis.





Consistiu na formação de um pequeno coletivo para discutir o significado de “Liberdade” a partir das seguintes bandeiras: “Contra a privatização da vida”, “Contra a colonização do pensamento” e o “poder da multidão”. O trabalho é uma ocupação em uma galeria na cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais, Brasil), e se deu em 3 encontros, nos quais a parte da manhã consistia em uma aula aberta sobre os temas acima e a parte da tarde um atelier de produção coletiva. No decorrer da exposição as paredes (que estavam vazias) foram sendo cobertas pelas imagens, textos, e outros objetos produzidos durante os encontros. Ao final criamos uma publicação coletiva que trouxe um pouco das ideias compartilhadas pelo grupo nos encontros. O trabalho foi realizado no Centro Cultural Vale, mantido por uma empresa de mineração acusada de diversos crimes ambientais e que se utiliza o espaço da arte e da cultura para criar espaços de difusão e legitimação de suas ações, no sentido de neutralizar sua responsabilidade no campo socioambiental. A intenção da obra foi trazer para dentro do espaço cultural, uma discussão dissensual sobre o próprio espaço e sobre como a arte também pode ser uma ferramenta de controle, manipulação política e privatização. O trabalho foi realizado no contexto de diversos manifestações no Brasil, contra a Copa do Mundo e contra diversos processos de privatização que assistimos durante esse processo, portanto, o clima político conduziu as atividades durante o processo.



It was the formation of a small collective to discuss the meaning of “Freedom” from the following flags: “Against the privatization of life”, “Against the colonization of thought” and the “Power of the crowds.” The work takes over a gallery in the city of Belo Horizonte (Minas Gerais, Brazil), and took place in 3 gatherings in which the morning consisted of an open class on the topics above and the afternoon was a workshop for collective production. During the exhibition, the walls (which were empty) were being covered by the images, texts and other objects produced during the encounters. At the end we created a news publication that brought some of the ideas shared by the group in the meetings. The work was carried out in Centro Cultural Vale, maintained by a mining company accused of several environmental crimes and which uses the space of art and culture to create spaces to disseminate and legitimate their actions, in order to neutralize their responsibility in the environmental field. The intention in this project was to bring a dissensual discussion on the space itself into the cultural space and about how art can be a tool for control, political manipulation and privatization. The work was executed in the context of several protests in Brazil, against the World Cup and against various privatization processes experienced during the games, therefore the political situation led the activities during the process.